domingo, 13 de abril de 2025

A Base Invisível: A importância da computação na construção de algoritmos para o geoprocessamento

O avanço da ciência, especialmente nas geociências, tem sido cada vez mais impulsionado pelo uso de ferramentas tecnológicas. Dentro desse cenário, a produção de algoritmos voltados ao geoprocessamento tem se tornado uma ponte entre o conhecimento teórico e a aplicação prática. No entanto, por trás de todo algoritmo funcional e de toda análise espacial robusta, está um pilar muitas vezes negligenciado: a informática básica. Conhecimentos simples, como lógica de programação, estruturas de dados, sistemas de arquivos e até mesmo o uso eficiente de sistemas operacionais, são fundamentais para que o profissional das geociências consiga criar soluções reais e funcionais. Não basta entender sobre SIGs, modelos digitais de terreno ou sensoriamento remoto se não há domínio das ferramentas que permitem manipular e processar essas informações.

É curioso perceber que muitos estudantes e profissionais desejam entrar diretamente nos temas “avançados” das geotecnologias, como inteligência artificial aplicada à análise espacial ou machine learning em imagens de satélite, mas encontram grandes barreiras justamente por ignorarem a base computacional necessária. A informática básica é como aprender a montar um andaime antes de construir um arranha-céu. Conceitos simples como variáveis, loops, condições lógicas, manipulação de arquivos e organização de diretórios podem parecer triviais, mas são eles que possibilitam a automação de processos e a criação de scripts que economizam horas de trabalho manual. Mais do que isso, esses conceitos formam o alicerce para entender estruturas mais complexas, como redes neurais, algoritmos de clustering ou regressões espaciais.

Sem o suporte da tecnologia e da programação, muitos dos dados que geramos ou coletamos nas geociências acabam se tornando apenas uma pilha desorganizada de informações. A capacidade de desenvolver algoritmos nos permite não só organizar, mas interpretar, visualizar e extrair conhecimento de nossos dados. O domínio dessas ferramentas transforma um simples conjunto de coordenadas em uma análise espacial significativa, um banco de dados geológico em uma modelagem preditiva, ou um mapa vetorial em uma ferramenta interativa de tomada de decisão. Porém, isso só é possível quando temos autonomia técnica para transformar ideias em código, e código em conhecimento aplicado. A informática básica, nesse sentido, não é apenas um pré-requisito — é uma linguagem indispensável para quem deseja dialogar com o futuro das geotecnologias.

Portanto, reforçar a importância do aprendizado contínuo em computação dentro das geociências é essencial. A interdisciplinaridade nunca foi tão importante: geólogos, geógrafos, engenheiros ambientais e demais profissionais da área precisam cada vez mais entender o funcionamento das ferramentas digitais que utilizam. Aprender a programar, entender como os dados são estruturados, e saber como construir um algoritmo básico deve ser parte do currículo de qualquer profissional das geotecnologias. Só assim seremos capazes de evoluir da simples interpretação de dados para a real construção de soluções geoespaciais inteligentes. Afinal, os dados por si só não falam — são os algoritmos que lhes dão voz.

quarta-feira, 11 de outubro de 2023

$e tu lut4$, tu c0nqu1st4$

Trabalhe enquanto os outros... VIVEM. Ouvi isso minha vida toda, desde os 15 anos eu trabalhei para conseguir ter algo e acompanhar a evolução desenfreada da tecnologia. Como um filho dos anos noventa, cresci cercado de telas e conteúdo desde muito cedo. De um lugar mais rural, de onde eu venho, Capinzal no meio oeste catarinense, qualquer avanço tecnológico que tu tinha acesso na infância e adolescência acabou virando um diferencial no futuro. Meu primeiro emprego de carteira assinada foi para "mexer no computador". É claro que era mais que isso, eu me inseri no meio do ramo das autopeças, onde em um mercado muito de nicho, minhas habilidades como técnico em informática eram super úteis. 

Por exemplo automatizar o cadastramento de uma loja antiga que ainda usava papel e caneta para emitir algum tipo de nota e fazer controle de estoque. E o pior que foi assim que eu fui parar na geologia, sem nível universitário, por ser bom com computadores, eu consegui acompanhar e chegar a me formar como geólogo. Como a tecnologia formou minha carreira, mesmo sem exercer a profissão de TI é algo que me faz pensar, nas geociências eu virei o cara dos mapas, claro a geração com a qual estudei ainda carecia de pessoas com proficiência em informática, diferentes dos nativos digitais do pós anos 2000. 

Mas por ter essas habilidades naturais pelo uso de tecnologia de tão cedo, meu caminho de aprendizado e profissional foi um caos até aqui. Eu já trabalhei de tudo, desde vendedor até segurança, marceneiro, operador de painel elétrico, topografo, eletricistas, tudo isso simultaneamente a ser técnico em informática desde os 17 anos, montagem manutenção de eletrônicos e softwares, é meu hobbie e minha vida, desde que sou adulto, sou filho de um eletricista de padrão residencial, o cara da tecnologia das décadas passadas, eu sou uma espécie de legado próprio. E um computador é como se fosse meu segundo braço. 

Consegui virar meu sonho, um cientista e com isso me moldo agora para ser um geólogo, voltado a tecnologia. Porem toda experiência em trabalho físico conta em mim também, as fomes e esforços que passei só pelo simples fato que nunca parei de me especializar, nunca quis me submeter ao mínimo da minha capacidade, sempre quis o máximo, e aqui chego depois dessa jornada que começou quando tive a oportunidade de estudar, algo que não é padrão pra época e lugar que venho. Do entregador de panfleto para o geólogo teve muita dor, muita incerteza, muito medo. Mas também muita resiliência.

Vontade de chegar lá, e acabo de perceber que o computador que estou utilizando para escrever esse texto está comigo a 11 anos. Um processador I7 de 4 núcleos, meu primeiro PC montado com suor de trabalho de vendedor, enquanto cursava o 3 ano a noite. Óbvio que já passou da hora de atualizar ele, mas ainda não tenho essa oportunidade, mas em breve vou ter, porque cheguei até o fim, mesmo a sociedade e capitalismo tentando me colocar no lugar de proletariado, eu luto pelo proletariado e eu fui dele durante todo esse tempo, mas eu não sou só isso, eu sou um CIENTISTA.  


sexta-feira, 25 de agosto de 2023

Meus gatos


Eu sei. Eu sei.

Eles são limitados, têm distintas
necessidades e preocupações.

Mas eu os observo e aprendo com eles.
Eu aprecio o pouco que sabem, que é tanto.

Eles rosnam mas jamais se inquietam,
perambulam com uma surpreendente dignidade.

Eles dormem com uma direta simplicidade que
os humanos não são capazes de entender.

Seus olhos são mais
belos que os nossos olhos.
E eles podem dormir 20 horas
por dia sem hesitação ou remorso.

Quando me sinto desalentado
tudo o que tenho a fazer
é contemplar os meus gatos e assim
ressurge-me a coragem.

Eu estudo essas criaturas.

Os gatos são os meus mestres.

terça-feira, 4 de julho de 2023

É tão ruim mesmo assim se apaixonar?

  A palpitação no coração, a vontade de sumir ou só de ver a pessoa. O que são nossos pensamentos e como eles nos controlam. Em um contexto onde as relações sociais se dão no intermédio de redes sociais e telefones celulares. Até onde nossos corpos e nossa consciência conseguem aguentar sem ser dilacerados pela ansiedade de liberar hormônios relacionados ao bem estar. Estar em contato com uma pessoa que geoespacialmente não está com você, nos da a sensação de ser ignorados constantemente, o que nos leva a frustação.

  Mesmo assim, precisamos conviver e utilizar desses artifícios, ou nos entregarmos ao ostracismo e solidão. Sempre existe algo bom em tudo que é mal, mas para conviver com o mínimo bem estar, o passo tem que ser nosso. E precisamos nos acostumar novamente, com encontrar a pessoa em seu tempo livre, em respeitar os espaços e ajudar na solidão de quem importa, de relações reais e pessoas que despertam o melhor em você, aceite as relações humanas e o que é real. Aproveite a vida real o mundo real, as pessoas reais, usufrua da ferramenta não da sua relação de pertencimento. 

  Porque nossas melhores ideias, os melhores momentos de nossas vidas, vem das nossas coragens mais inusitadas. Um sorriso, um dia de coragem, podem fazer toda a diferença, você jamais será definido por quem te manda mensagem ou quantas coisas tu já fez, você será reconhecido por simplesmente sobreviver, por prosperar e renascer a cada tropeço, a cada dia difícil. A depressão moderna é algo não tão aceito, mas real, existem pessoas com menos frieza com a tristeza da vida que não aguentam e se vão. Cabe a quem cuidar da gente, nos nosso lutos e lutas. 

  Eu acredito que não cabe a deus ou qualquer crença nossa saúde mental. Não existem vigias na nossa vida, ninguém faz a menor ideia do que se passa na sua geladeira, na sua cabeça, na sua solidão. Porem do mesmo jeito que devemos nos proteger de gente falsa, precisamos nos abrir a recomeços e reaprendizados. Tanto de nossas experiências quanto de nossas vontades, não tem como forçar algo que não é pra ser, não tem como você aceitar algo pela metade, o fogo, o amor, transpõe barreiras e vontades.

  Mas tenha calma meu filho, a estrada sempre será tumultuada e você precisa estar de cabeça erguida, de mente aberta. Seja seguro de si mesmo, estude, beba agua, fume menos, diminua o açúcar, aumente o tempo de sol, aumente o tempo de leitura e  diminua o tempo de tela, do mesmo jeito que eu vou fazer assim que acabar esse texto. Depois se eu tiver ela, vou ser a minha melhor versão, como se todas as promessas feitas nas trevas dos desesperos fossem verdade, mas não por honra. Mas sim pela capacidade humana e cientifica de reconhecer padrões e melhorar, em ser você mesmo, em respirar a vida no planeta terra novamente, aproveitar cada segundo geológico que você possa ter. Se divirta.  


 

quarta-feira, 14 de abril de 2021

Cientistas desvendam genoma do novo coronavírus enquanto vacinação avança de vagar somente no brasil

Ciência acelera processos para frear disseminação do vírus e descobrir onde está localizado, há quanto tempo e com que velocidade se movimenta

Da sofisticada pesquisa genética ao desenvolvimento de novos produtos de limpeza, a inovação teve grandes avanços desde a descoberta do novo coronavírus. A urgência para encontrar instrumentos de combate à Covid-19 acelerou muitos processos, como o de sequenciamento de genomas: uma parceria do Instituto de Medicina Tropical da Universidade de São Paulo (IMT-USP) e do Instituto Adolfo Lutz (IAL) com a Universidade de Oxford, por exemplo, permitiu que todas as etapas fossem concluídas em 48 horas, quando o tempo médio era de 15 dias.

Mapear o genoma de um vírus é fundamental para descobrir a região onde está localizado, há quanto tempo e com que velocidade se movimenta. Assim, é possível traçar estratégias para frear a disseminação. Também é crucial para pesquisas de vacinas e para a realização de testes de diagnóstico.

— Na pandemia, temos o exemplo clássico de como a ciência, com investimento e compartilhamento de informação, avança. Veja que as vacinas contra a Covid-19 geralmente têm os nomes atrelados de duas instituições, porque compartilharam informações. E os investimentos foram fundamentais para avançar nos testes (em humanos), especialmente na terceira etapa. A ciência se constrói dessa forma — diz Rafael Barreto Almada, presidente do Conselho Regional de Química – Terceira Região (Rio de Janeiro).

Professor do Instituto Federal do Rio de Janeiro (IFRJ), Almada lembra que, logo depois da chegada da doença ao país, várias universidades se mobilizaram para fabricar e doar álcool gel:

— No início o álcool gel sumiu do mercado, porque o principal produto que dá o aspecto gelatinoso, carbopol, é importado. O uso de outros polímeros foi estudado e aperfeiçoado. O mesmo aconteceu com o álcool líquido para as mãos, que passou a ter substâncias hidratantes. Antes só havia álcool líquido para superfície, que resseca a pele.

Outra frente que teve grandes avanços tecnológicos foi a produção de equipamentos de proteção, como face shields e óculos fabricados em impressoras 3D, e o desenvolvimento de tecidos para máscaras que neutralizam a ação do vírus. Também a criação de novos respiradores e oxímetros ajudou a aumentar a oferta e baratear os equipamentos. Na robótica, drones fizeram alertas à população, e máquinas distribuíram refeições aos infectados em hospitais. A telemedicina é mais um exemplo de prática que deu um grande salto.

— Pela longa duração da pandemia, acredito que os protocolos de proteção e o uso de novos equipamentos serão incorporados daqui para a frente — afirma Almada. 



BOLETIM ATUALIZADO # COVID19 no Brasil no dia 13/04
Fonte: Sec de Saúde dos Estados (CONASS)
Data: 13/04 (Atualizado às 18h)
Nº de infectados: 13.599.994
Nº de mortos: 358.425
Foram 82.186 casos e 3.808 mortes em 24h
✝️✝️
TRÊS MIL OITOCENTAS E OITO MORTES
✝️✝️
SeringaDoses aplicadas da vacina: 31.913.554
SIGAM O CONTAGEM CORONAVIRUS NO TWITTER
@contagemcorona1

terça-feira, 23 de março de 2021

Como mapas podem contar histórias trágicas


A tragédia anunciada da pandemia de covid-19 no Brasil, pode ser pintada pelos mapas evolutivos durante o genocídio promovido pelo esquecimento. O descolamento da realidade que afeta o povo brasileiro, gera um esquecimento seletivo das informações recentes  e medidas referentes as mortes ocorridas. Quando na Itália morreram algumas dezenas, o impacto foi alto, mas quando morrem milhares por dia em seu próprio solo a vida segue. Não que isso seja diferente de como nos portávamos diante da dores do dia dia, mas com o genocídio ocorrendo na frente dos olhos de todos, o comportamento normalizado é assustador.

Ter que dia a pós dia escolher entre sobreviver e simplesmente viver, escolha comuns para grande parte da população, dar de sua saúde física e mental para sobrevivência. Durante a Pandemia esse pensamento não muda na vida da maioria da população, cegos pelos problemas estruturais que os afligem por toda sua vida, correr risco pra algo invisível é o menor dos problemas. A vida sem conhecimento, a vida ignorante que nos leva a essa desgraça, foi criado pelos próprios problemas que perpetuamos por décadas.

A Crise sanitária acelera os problemas, escancara comportamentos e fragilidades, incapacidades de uma sociedade quebrada para reagir a um problema do século 21. Brasil que estava em ascensão nas ultimas décadas, hoje se mostra incapacitado em viver no mundo globalizado, problemas enraizados facilmente manipulados para destruir e tirar o controle do país, geram um caos em sistemas aparentemente já estabilizados. Saúde e economia não vão vencer um vírus com estratégias anticientíficas, vão prolongar o problema com tempos bons e ruins e morra quem morrer, aguente quem aguentar, até que haja um colapso total.

Não gostaria de acreditar que precisaremos de um colapso social para vencermos um mero vírus, dos muitos que ainda virão. Vendo mapas de ocupação de leitos e mortes, contarem historias perante os meses, ver o vermelho tomar conta de cada estado brasileiro, o avanço claro e desenhado de um agente biológico que poderia ser evitado, poderia ser antecipado e contido. A pandemia de covid-19 no mundo era realmente inevitável, mas as pilhas de mortos produzidas por todo o mapa brasileiro, o desamparo, a fome, tristeza e solidão de um povo que não tem perspectivas de melhora, de uma gente que perdeu a esperança, uma nação alienada, amaldiçoado a viver o escárnio da ignorância, uma realidade injusta, caótica, perversa. 

Um povo que era considerado o mais alegre do mundo, a magia do samba e do futebol, hoje são substituídas, pelas escatologias promovidas pelas camada sociais mais horripilante que a alienação poderia produzir. Hoje somos um grande exemplo de nação fascista e retrógada, pária mundial em relação ao que importa nos tempos modernos, não somos relevantes na ciência muito menos na tecnologia. Somos só mais um episódio de Os Simpsons no Brasil, bem humorado, colorido e com um palhaço governando a nação. Quando os mapas forem coloridos pelo vermelho das mortes, por favor entenda que esse desastre já estava anunciado.





sábado, 20 de março de 2021

Brazil faces the biggest health system collapse in its history

 In face of the current pandemic scenario in Brazil, the Oswaldo Cruz Foundation (Fiocruz) released on March 16 an extraordinary edition of the COVID-19 Observatory Bulletin. The analysis draws attention to the indicators that point to an extremely critical situation across the country. At the moment, out of the 27 federative units, 24 states and the Federal District have occupancy rates for ICU COVID-19 beds for adults in the Brazilian Public Health System (SUS, in the Portuguese acronym) equal to or greater than 80%, 15 of which with rates equal to or greater than 90%. In relation to capital cities, 25 of the 27 have these rates equal to or higher than 80%, 19 of which are higher than 90%.

 Occupancy rates for ICU COVID-19 beds for adults in the Brazilian Public Health System on March 16. Source: Fiocruz COVID-19 Observatory



A Base Invisível: A importância da computação na construção de algoritmos para o geoprocessamento

O avanço da ciência, especialmente nas geociências, tem sido cada vez mais impulsionado pelo uso de ferramentas tecnológicas. Dentro desse c...